sábado, 10 de setembro de 2011

Fiat Freemont encara Peugeot 3008


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Carsale - Os crossovers chegaram para ficar. Combinação de estilos diferentes, conseguem reunir uma série de vantagens quebrando a monotonia dos modelos tradicionais, como sedãs, minivans, hatches, entre outros.  Nesse comparativo, reunimos o recém-chegado Fiat Freemont (misto de utilitário esportivo e minivan) e o Peugeot 3008 (com um toque esportivo, faz o mesmo que o rival, com uma pitada de hatch). A briga foi boa, mas apesar de serem da mesma espécie, ambos mostraram temperamentos diferentes. O modelo da marca italiana, derivado do Dodge Journey, é mais família, tranqüilo e espaçoso. E o francês é descolado, divertido e moderninho.

Certamente não é mera coincidência que as versões mais em conta dos dois têm o mesmo preço sugerido: R$ 81.900. Embora ambos venham bem equipados, o Peugeot tem conjunto mecânico mais moderno e eficiente, além de alguns itens sofisticados disponíveis desde a opção mais simples (Allure), como freio de estacionamento elétrico (no Freemont, existe o nada cômodo pedalzinho) e head-up display, que projeta informações do velocímetro no campo de visão do motorista. Mas vale lembrar que itens como controle eletrônico de estabilidade e sensores que ajudam nas manobras são de série nessa dupla.




Apenas pelo visual já é possível notar a diferença de temperamento entre os dois crossovers. O Freemont segue a receita norte-americana, que inclui muito espaço e uma porção de facilidades para uma viagem em família. Ao contrário do Peugeot, o Fiat pode levar até sete ocupantes com tantos porta-objetos quanto você pode imaginar. Até no assoalho da fileira intermediária existem dois pequenos compartimentos. Para quem tem criança pequena (como eu), vai gostar de deixar o assento elevatório em casa porque parte dos assentos do meio pode ficar numa posição mais elevada o suficiente para atar o cinto na posição correta.


Numa viagem com o carro quase lotado, ouvi elogios para o Freemont por causa dos controles independentes do ar-condicionado na fileira intermediária de bancos, Também gostaram das saídas de ar no forro do teto, parecidos com os encontrados em alguns ônibus e do sistema de som com entrada USB. Estavam todos contentes. Mas, no meu caso, que estava ao volante, nem tanto. O câmbio automático de quatro marchas e o motor 2.4 de 172 cv e razoáveis 22,4 kgfm de torque a altos 4.500 rpm não conseguiram me deixar tão satisfeito quanto estavam os passageiros. Pudera, para levar 1.809 kg de peso  (o 3008 tem 1.660 kg) seria preciso algo com mais força para não ter que esmagar o acelerador para conseguir certa agilidade.




Exatamente o oposto, no 3008 há força de sobra desde as primeiras marcações do contagiros. São exatos 24 kgfm a meros 1.400 rpm. E o câmbio de seis marchas conversa com boa desenvoltura com o motor 1.6 turbo feito em parceria com a BMW. Pise de leve no acelerador e as marchas vão entrando, sem deixar o carro perder agilidade e em busca do menor consumo de combustível. Faz 15,6 km/l na estrada ante 13,5 km/l do Freemont, conforme o Instituto Mauá de Tecnologia.  Ai sim, consegui abir um sorriso. Exagero? Então vamos aos números de testes do IMT para conferir a diferença da disposição entre o Fiat e o Peugeot. Na retomada de 40 a 100 km/h, o Freemont precisou de 10,9 segundos ante 7,1 segundos do 3008, apenas para citar uma situação de ultrapassagem comum em uma viagem em família. Em todas as demais provas de desempenho o Peugeot foi superior ao Fiat, inclusive nas frenagens, com diferenças consideráveis (veja quatro das medições).

Por causa do maior peso e do projeto mais antigo, o Freemont exige mais cautela nas curvas, inclinando a carroceria e com mais tendência a sair de frente ou de traseira no limite de aderência.  No dia a dia, ficou difícil de entender alguns detalhes de ergonomia do Fiat, como os pouco práticos botões no volante que controlam o computador de bordo com informações confusas e em espanhol. Para encontrar os comandos do som, apenas tateando atrás do volante e ter paciência para se acostumar com os botões que controlam o volume e as mudanças de estação de rádio. Além disso, para abir o tanque é preciso usar a chave, apesar do sistema “keyless”, que dá partida por botão no painel. No 3008, apesar de não haver nenhuma tela do tipo “touch screen” como no Freemont,  a maioria dos comandos são mais fáceis de serem acionados.




Não foi porque as crianças perderam algumas mordomias (como o esconderijo debaixo do assoalho para guardar brinquedos) que deixaram de curtir um passeio a bordo do 3008, que leva apenas cinco pessoas, mas com bom espaço no porta-malas (512 litros, ante 580 do Freemont) e bom nível de segurança. Há seis airbags desde a versão mais em conta (no Fiat são dois de série na opção básica), firmeza nas curvas, além de respostas ágeis aos comandos do acelerador. Se quiser impressionar a garotada, pode acionar o head-up display (projeta velocímetro digital no centro da visão do motorista). E o 3008 também tem seus truques: uma lanterna no porta-malas  com bateria recarregável e o fundo do assoalho que se transforma em prateleira.

VeredictoO Peugeot sai com a vitória pelo melhor comportamento dinâmico, maior nível de segurança custando o mesmo que o rival na versão básica.  Não leva sete pessoas como o Freemont, mas no cômputo geral acaba sendo  eficiente com modelo familiar, com bom espaço no porta-malas, longa lista de itens de série e estilo arrojado. O problema é que a marca francesa, pelo menos por enquanto, importa apenas 300 unidades do 3008 por mês, o que não tem sido o bastante para suprir a demanda. Para o ano que vem, promete aumentar o lote mensal para 500 unidades. Já o Freemont, feito a partir do Dodge Journey, torna-se mais interessante na versão topo de linha Precision. E merecia um conjunto mecânico mais moderno e animado.




Fiat Freemont 2.4Peugeot 3008 1.6 turbo
Posição de Dirigir
Acabamento
Segurança
Estilo
Consumo
Custo/Beneficio
Itens de série
Espaço Interno
Desempenho
Ergonomia
Conjunto mecânico
Conforto
Avaliação Carsale3,584,08






Ficha Técnica
Freemont 2.43008 1.6 turbo
MotorDianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, gasolinaDianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, comando duplo (DOHC), variação de válvulas, injeção direta, turbocompressor, gasolina
Cilindrada (Cm³)2.3601.598
Potência (Cv)172 a 6.000 rpm156 a 6.000 rpm
Torque (Kgfm)22,4 a 4.500 rpm24 a 1.400 rpm
CâmbioAutomático sequencial de quatro marchasAutomático sequencial de seis marchas; modos Sport e para pisos escorregadios
Comprimento (m)4,894,36
Largura (m)1,881,84
Altura (m)1,751,65
Entre-Eixo (m)2,892,61
Peso (m)1.8091.660
Porta-Mala (l)580512
SuspensãoMulti-link, independente, com barra estabilizadoraIndependente do tipo pseudo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora
FreiosA disco nas quatro rodas com ABSA disco nas quatro rodas, com ABS
Tanque (l)77,660
Preço (R$)a partir de R$ 81.900a partir de R$ 81.900

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