segunda-feira, 2 de janeiro de 2012


Nissan Frontier Attack deixa mimos de lado e se concentra em ser forte

  • A picape da Nissan vai muito bem no asfalto, mas mostra que gosta de estar fora dele
    A picape da Nissan vai muito bem no asfalto, mas mostra que gosta de estar fora dele
O mercado brasileiro de carros viu, nos últimos anos, a ascensão das "picapes urbanas". A Toyota Hilux pode ser considerada um estandarte desse movimento, reunindo posição de dirigir similar a dos sedãs, interior recheado de conforto e, praticamente um item indispensável para esse tipo de carro, câmbio automático.
Esse tipo de configuração afasta esses carros de qualquer atividade que envolva levar cargas ou encarar a terra. Ao invés disso, eles são destinados a encarar o trânsito nas grandes cidades ou então realizar visitas nada ousadas a shopping centers, onde a maior dificuldade é encontrar uma vaga na qual eles caibam.
Considerando esse cenário, a Nissan Frontier Attack mostra-se como uma picape "de raiz". Mesmo em sua versão mais luxuosa, LE -- equipada com câmbio automático e motor com calibragem mais forte --, ela não deixa de lado sua vocação desbravadora. Se levarmos em conta a versão SE equipada com câmbio manual de seis marchas e tração 4x4, avaliada porUOL Carros, a Frontier Attack pode ser considerada um verdadeiro trator homologado para as ruas.
SÉRIE ATTACK: O RETORNOO sobrenome Attack esteve presente na linha Frontier entre 2005 e 2008 e designava uma série especial com visual mais esportivo. Isso incluía adesivos espalhados pela carroceria, rodas diferentes e outros adereços estéticos. Em seu renascimento, ocorrido em agosto de 2011, o que era uma série especial se transformou em uma versão oficial, que passa a ocupar o topo da gama Frontier. As versões (e preços) são os seguintes:

Nissan Frontier SE Attack 4x2 (MT) -- R$ 93.990
Nissan Frontier SE Attack 4x4 (MT) -- R$ 100.990
Nissan Frontier LE Attack 4x4 (AT) -- R$ 127.490
E, assim como na edição especial, o diferencial mais aparente da versão Attack é o apelo visual. Itens como rodas, grades, maçanetas e retrovisores em cinza escuro, faróis com máscara negra e adesivo na carroceria deixam a picape mais agressiva e são adições de bom gosto. Mas não é só de aparência que vive essa versão. Os pneus são de uso misto (uma ótima notícia para aqueles que querem fazer uso da marcha reduzida presente nas versões 4x4) e também há estribos no teto, caso a caçamba não se mostre suficientemente grande. E isso não é muito difícil de acontecer, já que a versão Attack é oferecida somente com cabine dupla e, portanto, tem menos espaço para o transporte de cargas.



INTERIOR SIMPLESEsqueça sensores de estacionamento, ar-condicionado com diferentes zonas de temperatura, tela de LCD no painel ou equipamentos do tipo. Concentrando-se na versão avaliada (SE 4x4), a Frontier Attack é uma picape rústica. Não nega a seus ocupantes confortos como ar-condicionado, som com MP3, direção hidráulica com ajuste de altura, travas, espelhos e vidros elétricos, ou equipamentos de segurança como airbag duplo e freios ABS com EBD. Mas é só. Mesmo equivalente com as principais concorrentes, quem procura outros mimos pode se decepcionar com o fato da picape custar R$ 100.990, um valor alto que pressupõe um recheio mais farto.
Com a picape em movimento, os ocupantes viverão experiências distintas dependendo do assento no qual se encontram. Quem vai na frente encontra um rodar razoavelmente confortável para um veículo do tipo. Sacolejos só serão sentidos em casos mais extremos, o que garante uma boa experiência a bordo. Já no banco traseiro, a coluna dos passageiros será menos poupada. Culpa do eixo rígido na traseira, configuração típica de veículos mais parrudos e que garante a robustez da picape, mas cobra o preço por isso em conforto. Não é o carro mais indicado para, por exemplo, levar os filhos para a escola. Na primeira lombada, há o risco de ver crianças quicando pelo banco traseiro.
ADEQUADA À CIVILIZAÇÃO
UOL Carros andou por cerca de 600 km com a picape, mesclando praticamente todo tipo de piso e situação. Apesar do tamanho (5,23 metros de comprimento, 1,85 metro de largura e 1,78 metro de altura), a picape se saiu bem no trânsito pesado. Mérito da boa visibilidade proporcionada pela área envidraçada e pelos espelhos retrovisores, que ajudam a evitar sustos e minimizam riscos aos outros carros e motos.
A Frontier Attack também se mostrou ágil, com uma boa combinação entre o motor turbo diesel 2.5 de 144 cavalos de potência e 36,3 kgfm de torque e o câmbio de seis marchas. A transmissão merece um capítulo à parte. A relação de marchas é excelente, porém o acionamento do conjunto requer alguma disposição do motorista, já que os engates são longos e um pouco duros. Nada que não seja possível se acostumar com o tempo, entretanto.
Na hora de encarar a estrada, outra surpresa. Em nenhum momento a picape transmitiu insegurança. Firme, ela encara curvas sem hesitar, bastando apenas que o motorista leve em consideração as quase duas toneladas do modelo e fique atento a qualquer desnível no pavimento. Tanto na estrada quanto na cidade, a Frontier Attack mostrou apetite comedido. A média de consumo apresentada girou em torno dos 8 km/l, o que dá uma autonomia de mais de 600 km para o veículo.
  • Murilo Góes/UOL
    Com a tração 4x4 acionada, a Frontier Attack fica bem estável mesmo andando na terra
CONTATO COM A NATUREZA
Aprovada no teste do asfalto, era hora de sujar um pouco a Frontier Attack. E foi na terra que o carro mostrou sua face mais divertida. Na grama, na lama ou na terra batida, não teve tempo ruim para a picape. E os motoristas mais ousados podem se divertir bastante em estradas sem pavimento, principalmente se utilizarem a picape com a tração 4x2 selecionada. Nessas condições, a suspensão traseira firme faz a picape sair de traseira nas curvas. Para aqueles que preferem segurança total, basta selecionar a tração 4x4 e ter um passeio mais tranquilo.
Os pneus de uso misto evitaram qualquer decepção na hora de encarar pisos molhados. garantindo tração total. E, em casos mais extremos, basta selecionar a tração 4x4 reduzida para fazer a picape passar ilesa por atoleiros ou então subir ou descer de barrancos. Bons ângulos de ataque (32º) e de saída (24º) também garantem a integridade da carroceria.
A empolgação proporcionada pela Frontier Attack na terra denuncia o habitat dessa picape. Não quer dizer que os pretendentes a terem um exemplar do carro para rodar na cidade irão se decepcionar, já que ela também vai bem nessas condições. Mas, certamente, quem resolver desbravar a natureza a bordo dessa Nissan vai se divertir muito mais e só terá dor de cabeça se resolver lavar a picape por conta própria após uma sessão de lama.

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